29 novembro 2006

Juntei os posts em que contava a semana com a madalena.
A Madalena partiu de NY e eu do Hawaii. Se estivéssemos em 1848 tínhamos chegado ao México, mas como o encontro foi em 2006 estávamos na cidade de São Francisco, Califórnia.
Se o fruto proibido e o mais apetecido…na primeira manhã começamos por fazer uma coisa que em Portugal não podemos…que e andar “a pendura” de um “cable car” (parecidos com os nossos eléctricos) até fisherman’s wharf, onde ficam os pontões. Cada um dos pontoes quase que acaba por ter uma função especifica. No 33 podemos apanhar o ferry para Alcatraz; no 39 vive uma colónia de leões-marinhos e foi onde também pudemos almoçar uma típica especialidade norte americana (um cachorro quente com batatas fritas e uma coca cola para desempaturrar). Neste ultimo pontão facilmente se tem a sensação de estar num parque temático por algumas coisas parrecerem deslocadas da realidade. Já no pontão 45 pudemos ver barcos que tiveram alguma importância na historia da cidade…quem quiser pode pagar e visita-los por dentro…a nossa onda não era bem essa e por isso dispensamos esse programa.
Até 1963 para se conhecer as celas de Alcatraz tinha que se ser preso…a partir de então…apenas uns dólares (18 tivemos que pagar cada um de nos) e quinze minutos de ferry é tudo quanto basta para se chegar a esta incontornável atracção turística de SF. Para sair de lá basta também apanhar o ferry que nos leva de volta a liberdade…por isso nem pudemos pensar em aumentar a lista (que ficou em 5) das pessoas que conseguiram – e sem se saber como – fugir da então considerada como a prisão mais segura dos Estados Unidos da América. Durante a visita “carregamos” nos ouvidos 4 guardas e 4 presos…isto através de um leitor que nos explica tudo o que se passou ali. E assim vamos sabendo as historias de cada uma das celas em que ainda se sente a presença do seu último “condómino”. Esta gravação e essencial e ate ja ganhou premios!
Da ilha de alcatraz pode-se ter o privilégio de ver SF de outro prisma …isto se não estiver o habitual nevoeiro já característico da cidade.
Ja com os pes na terra das oportunidades, fomos visitar “chinatown”, onde estivemos na fábrica dos “fortune cookies”. Cada uma destas bolachas (parecidas com as pratas do Gregório de Sintra) é dobrada – enquanto ainda está quente – em 4 com um papel dentro. Nesse papel vem uma frase que nos dará sorte. Dizem que se pode acrescentar “in bed” a cada frase!
Para jantar queriamos um sitio animado e onde se comesse bem, e por isso fomos ao Castro, o bairro gay de SF. Aqui conhecemos um “casalinho moderno” muito simpático (e talvez demais…pelo menos para mim) que nos ajudou a escolher o restaurante onde podíamos jantar...o que tece mais graca e que nos nem lhes tinhamos perguntado nada...foram eles que nos viram de mapa na mao e resolveram perguntar o que estavamos nos a procura.
No segundo dia fomos ao city hall, ao jardim japonês e a golden gate bridge. Ao contrario do que se passa com a nossa “senior” ponte sobre o rio Tejo, a Madalena e eu pudemos andar a pé no tabuleiro desta, que apesar de ser parecida com a que liga as duas margens do tejo - e talvez por ter sido construída primeiro - é menos bonita e elegante…a Madalena disse e bem “que a golden gate é o esboço da nossa!”.
No jardim Japonês vimos imensas arvores bonsai, templos chineses (também em miniatura), pontes e labirintos! Vale a pena!
Para almoçar escolhemos o “swan oyster depot”, uma tasca onde só existe um balcão. Foi aqui que almocamos uma salada de camarão, de caranguejo e gambas... uma ostra e uma imperial...soube a pato!
De volta ao hotel para apanhar as malas fomos para Berkeley, uma cidade com 40 mil estudantes e algumas das faculdades de referência dos EUA. Aqui encontramo-nos com o Filipe Vaz Pinto (que esta a fazer um mestrado em Direito) que não só nos mostrou o “campus” universitário como também nos levou a jantar ao Gourmet Ghetto…um bairro com restaurantes “in” de Berkeley e famosos na Califórnia. Depois de sairmos de Berkeley, fomos dormir a Pinole (20 min de caminho).
De manha saímos de Pinole e a partir das 11 já estávamos nos copos...Porquê? Não…não foi por má influencia da Madalena (que ao fim de meio copo comeca a sentir os efeitos deste elixir dos deuses) …mas sim porque estávamos em Napa Valley e começámos a esta hora a fazer o nosso primeiro “flight” (que é como eles chamam cada prova de vinhos). Para perceberem como as coisas se passam nestas adegas, bastar-me-a dizer que, pelo que se diz, e em napa e em senoma que os milionarios gastam metade das suas fortunas.
Começamos pela Ferrari Caramo…uma adega onde tudo era grande! A casa…o carro do parque de estacionamento (uma limousine) e jardins impecavelmente tratados. A seguir fomos visitar a Schramberg Winery…nesta não fizemos nenhum “flight”…mas valeu a pena o caminho para lá chegar. Já era hora de almoço e por isso fomos ao CIA (culinary institute of america), mas que estava fechado por ser véspera de “thanksgiving”. Fomos por isso almoçar, a uma "deli” de Santa Helena, as melhores sandwiches que já alguma vez provámos! Já depois do almoço fomos a adega da Mumm…desta vez não íamos sobrevoar vinho mas sim champagne…o vencedor foi sem qualquer dúvida o rose! A seguir fomos a uma das famosas adegas da região…a Robert Mondavi Winery. Apesar de não termos feito nenhum “flight” nesta adega…valeu a pena ver a casa…linda! Tentamos ainda conhecer a Opus One…mas já estava fechada…e por isso ficou para uma próxima oportunidade, ate porque esta é uma das mais famosas adegas da região.
A ultima adega que visitamos foi a do Francis Ford Coppola, não sei se tinha uma “red carpet” para que gastássemos o “plafond” do visa em vinho ou se era uma mera aspiração a Hollywood, mas a verdade e que saímos desta adega com uma boa “pomada”.
Já com o tintol no carro só nos faltava o resto do jantar do “thanksgiving”, que apesar de ser só no dia seguinte, tínhamos que o comprar quanto antes porque nesse dia as lojas fecham. Por esta razao, fomos a um supermercado em Napa comprar: pratos de plástico, aperitivos, queijos, tostas e fiambre de peru (para não fugir a tradição de comer peru no dia do “thanksgiving”).
Este dia foi impecavel mas cansativo...apesar disto nada nos demoveu de fazer mais 3 horas de viagem para irmos dormir a Mariposa (que fica a 45 min. do yosemite park).
Finalmente era o dia do “thanksgiving”!! Depois de acordar…saímos para tomar o pequeno almoço e chegamos ao quarto com o estômago e com os bolsos cheios. No estômago trazíamos torradas...nos bolsos talheres de plástico e guardanapos (para o jantar dessa noite) que o hotel “emprestou sem ter dado por isso”! Fomos passar este dia ao Yosemite Park…um parque património da Unesco…aqui há um glaciar, sequóias, cataratas e vistas que fazem lembrar (em muito melhor) o cenário daquelas fotografias foleiras que nos tiravam na escola por esta altura…a diferença é que aqui tudo é real e a pose para a fotografia já não parecia ridícula! Para o almoco a tradicao falou mais alto e por isso trocamos a "pasta" que nos estava apetecer pelo peru.
Antes de voltar para o nosso hotel, fomos visitar outro…o Ahwahnee hotel, onde apesar de haver um grande jantar de cerimonia…andamos por lá a fazer turismo entre os vestidos de lantejoulas e o barulho dos saltos altos a bater no chão de pedra do hotel.
Chegados ao nosso hotel, montámos o banquete…abrimos o vinho e começamos o que orgulhosamente chamámos de "jantar de thanksgiving”.

No dia seguinte voltamos ao yosemite park...mas desta vez fomos ver as sequoias e o glaciar que ficam na parte sul.
Andamos algumas horas a pe entre sequoias gigantes. Estas arvores ja sao raras por si so...mas a algumas sao dados nomes pela sua forma tao caracteristica e unica.
Tiramos fotografias...muitas fotografias...as arvores, a nos, a nos com as arvores e a nos ao lado das placas com o nome das arvores. Foi aqui que eu tinha que fazer asneira!
Na placa da "mariposa tree", resolvi - em vez de "olhar para o passarinho" ao lado da placa - sentar-me cima da placa...isto com o objectivo de ter uma fotografia diferente.
Quando estava sentado em cima da placa...perdi o equilibrio para tras...tentei segurar-me...fui caindo...caindo...ate que a placa nao aguentou com o meu peso e cedeu...pummmmmmmmmmba. Cai agarrado a placa e magoei-me nas costas junto ao rabo (que pelos vistos era pesado demais para a placa). O mais engracado e que eu vi tudo em camera lenta...devagar...devagarinho...parado!
Resultado...a madalena perguntou-me algumas vezes nesse dia : "entao...como e que esta o teu rabo?". Nunca pensei que me perguntassem isto!
Depois deste episodio (do qual ja nao tenho mazelas)...continuamos a andar, mas mais devagar (por minha causa).
Quando demos por nos ja passava das 3 e meia e com pressa (por ja faltar pouco mais de uma hora para o sol se por)fomos para o "glaciar point"...de onde as vistas sao propicias a estes fantasticos segundos em que o sol se despede.
Para o por-de-sol, levamos as maquinas fotograficas, duas cervejas e um pacote de batatas fritas.
O pacote de batatas (gigante) ja estava aberto, as maquinas prontas a disparar e so faltava abrir as cervejas.
Abrir uma garrafa de cerveja num sitio cheio de pessoas e onde e proibido beber alcool em publico e complicado... mas teria sido menos se tivesse descoberto mais cedo, que apesar de terem caricas, estas garrafas tem rosca e por isso abrem-se facilmente.
Quanto ao beber a cerveja, tivemos que embrulhar a garrafa num saco de papel e sempre que queriamos beber tinhamos que olhar para os lados e ver se alguem estava a ver. Sentimos-nos dois "gangsters" a fazer a coisa mais ilegal e censuravel do mundo. Do sitio onde nos estavamos nao conseguimos ver o sol, mas vimos a luz reflectida no glaciar que ia mudando de cor a cada minuto que passava.
O sol despediu-se de nos, mas o frio nao...comecou a ficar ainda mais frio....daquele que gela os ossos, os dedos, o nariz e a testa e ate o polegar do pe esquedo! Ficou noite num instante...e ainda nem eram 5 da tarde.
Ja aquecidos e dentro do carro...tivemos que ir por gasolina...o ponteiro estava cada vez mais proximo do zero e a bomba nao estava ali ao lado!
Fomos ao centro da vila...nao e uma vila como azeitao ou cascais...esta e mesmo uma vila...e tao vila tao vila tao vila que nem tem bomba de gasolina... a nossa viagem foi um fiasco! Depois de termos feito o caminho sempre a aproveitar as descidas para por o "ponto morto" la chegamos ao nosso harem!
Agora que estavamos com o deposito do carro cheio, tinhamos o nosso (estomago) vazio...ainda nao tinhamos almocado... por isso fomos atacar os "restos" do jantar do "thanksgiving", sempre tipicos do dia seguinte.
Em plena "gas station", estacionamos o carro junto a um poste (que acendia a luz quando detectava movimento) porque a luz dentro do carro estava a funcionar a 66% (1 das 3 lampadas estava fundida). Tinhamos queijo, tostas, batatas, cajus e "fortune cookies"...foi esse o nosso almoco e tudo espalhado pelo tablier do nosso descapotavel. De vez em quando la tinha eu que abrir a porta do carro e por o braco de fora para que o sensor do poste detectasse movimento e acendesse a luz por mais 3 minutos.
Ja com todos depositos cheios, fizemos-nos a estrada e fomos dormir a Salinas. Este foi o hotel pior de todos...nao era pessimo...era apenas mau, era o econolodge.
Na manha seguinte fomos a monterey...onde tomamos um pequeno almoco optimo fazer a 17 mile drive... para quem nao faz puto de ideia do que estou a falar vou tentar explicar:
Imaginem uma quinta da marinha com mais costa, sem nenhum "champas", sem a estrada do guincho, com menos casas (mas bem maiores). Ja esta? entao agora imaginem que la no meio existem 17 milhas (27 km aproximadamente) de estrada com miradouros, clube de golfe, lojas ou ate veados e gamos a pastar nos "greens" do golfe... e isso!
Depois fomos a carmel, uma cidade muito pequena e carissima onde nada e por acaso...
As placas com os nomes das ruas sao quase invisiveis, as caixas do correiro inexistentes (quem tem correio que o va buscar), e ate a pastilha elastica e proibida... e tudo parece querer ser demasiadamente perfeito.
Os carros e as montras revelam, sem timidez alguma, que aquela cidade nao e para qualquer um...ainda assim...vale muito a pena visitar, nem que seja para fazer as unicas duas coisas que se faz a borla...respirar e ver.
Para outro por-de-sol - desta vez no oceano - a madalena e eu sentamos-nos - cada um com a sua sandwich - num banco da marginal de carmel virado para o mar. Fiquei sem perceber se comer "em publico" era ou nao proibido... pela lei da natureza nao podia ser, mas pela maneira com que as pessoas, que passavam por ali, nos olhavam...fiquei seriamente na duvida!
Depois de uma tentativa falhada para ver o aquario de carmel, fomos - pela "big sur" - para sao francisco. Esta estrada deve ser feita de dia, mas como nao tinhamos pressa, so tinhamos a ganhar em ir por ali e vez de apanharmos uma auto-estrada.
No caminho paramos em "half moon bay", onde passamos (nao paramos...PASSAMOS!!) no ritz ( que tinha varias tochas acesas no portao e no jardim da entrada principal)...e fomos tentar ver o mar... coisa que nao conseguimos!
Seguimos caminho e so voltamos a parar num farol...tiramos fotografias...enfim o costume! A paragem seguinte foi Sao Francisco.
Nessa noite, fomos jantar a north beach... o bairro italiano onde se pode comer e beber italia! Chegamos...estacionamos..escolhemos onde jantar e jantamos...despachamos a coisa bem!
Era sabado...noite...tinhamos que ir sair! Fomos para um bar "in" mas gay do bairro castro. A madalena fez um amigo... um decorador de interiores (nada suspeito!!) que definia uma cidade juntando uma chaise long victoriana com um degrade azul claro... com um past par tout cinzento...e sei la mais o que...mas foi simpatico. Em portugal as pessoas nao falam muito umas com as outras, pelo menos sem se conhecerem...aqui, na australia ou na nova zelandia e o contrario.
A seguir ao bar fomos ao pink (dico night) ter com o filipe vaz pinto...mas como ja estavamos cansados e iamos ficar pouco tempo nao valia a pena pagar o que estavam a pedir a porta.
Na manha seguinte...mau tempo! Choveu todo o dia e por isso, a madalena e eu optamos por dar uma volta...mas de carro! De manha andamos pela cidade e fomos a sausalito...so saimos do carro para almocar!
Este dia foi estranho... era a despedida...a madalena ia voltar para NY... estava mau tempo e nada daquilo nos estava a apetecer!
Depois de ter aproveitado os ultimos minutos com a madalena levando-a ao aeroporto...eu voltei para o hotel e fui dormir!
Agora estou em Hollywood.

3 Comentários:

Blogger Ana C disse...

Sempre ouvi dizer que San Francisco era a cidade mais parecida com a nossa, deve ser bom estar aí.

Temos saudades...

bjs

novembro 30, 2006  
Anonymous Anónimo disse...

Que estadia inesquecível!!!!
Que sorte a tua e a da tua amiga Madalena!!!!S.Francisco vai ficar na memória!!!!!!
Com as tuas descrições abres o apetite aos que ficaram!!!!
Mil beijos
Mãe

dezembro 02, 2006  
Anonymous Anónimo disse...

a semana cm a madalenaa...seei

bjnhs grandes prima

dezembro 02, 2006  

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